A 365 degraus do fim

A 365 degraus do fim Adriana C. A. Figueiredo


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A 365 degraus do fim





Sabrina chegou aos 17 anos e achou que era o bastante. Viver nunca fez sentido mesmo, ela tinha insistido o suficiente.

Abandonada, negligenciada, preterida, fora do padrão, doente, sem amigos, sem futuro. O prédio grande e tão abandonado quanto ela pareceu um bom cenário para o fim. Ao menos isso ela escolheria.

Toda dor importa. Nenhuma dor deve ser desprezada. Às vezes, a única atitude necessária é olhar para dentro. A verdade costuma ter três lados: o meu, o seu e o da plateia que observa de fora.

Sabrina pode estar sentada ao seu lado no metrô. Pode estar na sua rua, na sua vizinhança. Sabrina pode morar na sua casa e você não sabe o que ela sente. Ou pensa em fazer. Preste atenção aos sinais, ela era apenas uma adolescente. Antes tinha sido uma criança, nem mudou tanto assim.

Quantos jovens guardam bem fundo suas dores para que o mundo não as questione?

Não enxergar uma saída não quer dizer que ela não exista.

Fale com alguém, Sabrina. Não suba o último degrau.

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Daniel Rocha
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