Roseana Murray, com sua maneira simples e agradável de contar as coisas, transforma o banal e o trivial do cotidiano em imagens poéticas, carregadas de emoção. Nessa obra, que traz uma coletânea de suas poesias, ela nos fala de várias profissões e ofícios, como a arquiteta, os músicos, os catadores de papel - “que vão juntando papel e pobreza”, e moram nas praças, nos vãos; a rendeira, em “seu ofício de aranha/tecendo beleza”; e a bailarina, “frágil lamparina”, que descansa entre uma estrela e outra.
Apresenta receitas de como espantar a tristeza “pro outro lado/do mar ou da lua” de inventar presentes, como braçadas de flores. Volta-se, também, para o mais sublime dos sentimentos – o amor – que se refere como “alma trocando de corpo”, de um jeito que mexe com a gente.
Fica evidente também sua preocupação em valorizar os menos favorecidos, despertando, de forma elegante e singela, a compaixão e a solidariedade nos leitores, o amor por tudo “que é justo e livre”.
Poemas, poesias