"Neste livro, não procure literatura intrincada e polida. Seria o mesmo que exigir que Saramago descesse da sacada de sua casa em Lanzarote e se lançasse ao mar, desferindo batidas e cut backs perfeitos sobre as famosas ondas da ilha onde vive. O que você vai encontrar, isso sim em quantidades industriais, é um sujeito excepcional, demonstrando que é preciso muito mais do que coragem para se atirar em ondas gigantes ou se meter em tubos do tamanho de catedrais. Slater é um homem capaz de se despri de sua fantasia e de confessar, primeiro para si, depois para o resto do mundo, toda a complexidade de estar vivo, as inseguranças inerentes à vida, os prazeres mais saborosos, a gangorra que oscila entre os momentos mais sublimes e os pavores mais terríveis. A complexidade (e a paradoxal simplicidade) de estar vivo. E que a imperfeição é da condição humana."