A Carne é, curiosamente, um dos melhores representantes do Naturalismo e do Romantismo ao mesmo tempo. Foi com grande barulho que, na ocasião de seu lançamento, chegou ao mercado e às mãos do público. Há quem diga que o romance foi/é um verdadeiro divisor de águas na história da literatura brasileira, sendo criticado por poucos e elogiado por muitos, devido às cenas luxuriantes, lascivas e animalescas para a época.
Júlio Ribieiro foi implacável na crítica à sociedade provinciana ao mostrar uma heroína voluntariosa, dominadora, cuja sexualidade escapava pelos poros. Ser polêmico já era uma qualidade do autor, mesmo fora da literatura.
O romance rompe com todas as regras, convenções, preconceitos contra a mulher, que era tida até então como um ser dependente, passivo e sem vontade própria, e escancara na descrição da personagem, mostrando-a como um animal indomável, altivo, insubordinado, que vai traçar seu destino com o próprio punho.
Literatura Brasileira / Ficção