A Conjugalidade Homossexual no Brasil:

Homossexualidade faz parte da natureza humana, desde que o mundo é mundo. Não aceitar esta realidade é ter medo dos fantasmas da própria sexualidade. A autora se conduz em um raciocínio que leva qualquer leitor à conclusão de que expropriar cidadanias em razão das preferências sexuais é promover o mesmo ato nazista de excluir judeus para supostamente manter a raça ariana mais pura. As motivações e explicações destas exclusões passam longe da ética e aproximam-se do moralismo perverso, que mata e tortura os semelhantes.
Tanto para os chamados LGBTTs, como para o público em geral, e, em especial para os estudiosos do campo jurídico, esta obra, seguramente contribuirá para "uma outra reflexão" sobre os direitos daqueles e daquelas que até bem pouco atrás ocultavam-se em relacionamentos e sentimentos que, conforme Oscar Wilde, eram cognominados de " o amor que não ousa(va) dizer o nome". De forma clara, didática, e principalmente crítica, a autora presenteia-nos com uma abordagem que passeia por diversificados campos do saber, pondo ênfase na questão do papel do Judiciário na concretização da efetivação de um dos mais importantes direitos a que a Humanidade precisa -urgente e juridicamente - proclamar, qual seja: o direito ao amor, mas ao amor incondicional, seja ele entre homens e homens, entre homens e mulheres e entre mulheres e mulheres; pois, afinal, uma das lições que deste livro emana é a importância da conjugação ( e da conjugalidade!) do verbo "amar"!
(Salete Maria da Silva)