Alguns sentem confusamente o fim iminente de qualquer coisa de que não podem definir exactamente a natureza e o alcance; é necessário admitir que eles têm uma percepção muito real, embora vaga e sujeita a falsas interpretações ou a deformações imaginativas, visto que, qualquer que seja esse fim, a crise que deve forçosamente aí conduzir é bastante visível, e que numerosos sinais não equívocos e fáceis de constatar conduzem todos de modo concordante à mesma conclusão. Este fim não, sem dúvida, o "fim do mundo", no sentido total em que alguns o querem entender, mas é, pelo menos, o fim de um mundo; e se o que deve acabar é a civilização ocidental sob a sua forma actual, é compreensível que aqueles que se habituaram a nada mais ver que esteja fora dela, a considerá-la como sem epiteto, julguem facilmente que tudo acabará com ela, e que, se ela desaparecer será realmente o "fim do mudno".
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