A trajetória de Itamar é uma narrativa entremeada dos costumeiros percalços, fáceis de se imaginar, e que pouco vale a pena detalhar. Basta reconhecer o mérito de quem se atirou no mundo sem nada, dispondo apenas de algumas mudas de roupa e quase nenhum dinheiro. Itamar passou apuros, mas não passou necessidades. A ajuda enviada pelo pai mal dava para custear um pensionato, mas servia-lhe como rede de proteção, interpondo-se entre ele e a carestia. Jamais passou fome, mas conteve-se nos gastos com tanta rigidez que sua vida pessoal em Curitiba assemelhava-se à de um monge. Despedia-se de uma moeda com a dor de mãe que larga um filho. Poupou tudo o que podia, espremeu as últimas gotas dos recursos, pondo a carreira sempre acima dos seus gozos, de modo que nunca lhe faltou dinheiro para a compra dos livros exigidos pelo curso, e sempre pôde usar ternos que, se não eram elegantes, passavam por apresentáveis.
Literatura Brasileira