A família é a mais elementar e a mais universal forma de sociedade e contém já todos os múltiplos elementos para o desenvolvimento da civilização. Bendita pela religião, tutelada pela lei, defendida pela ciência, ela tem resistido a todas as revoluções, quase a testemunhar o carácter e a estrutura do Homem. A crise social que atravessa o mundo moderno repercute-se também, e sobretudo, no sistema familiar, que já não está em condições de levar a bom termo a sua função originária e de muitos pontos se postula o abandono da estrutura familiar tradicional e a criação de novos tipos de família. Que significado tem ainda, no mundo moderno, a noção de família?
A este problema pode dar-se uma resposta em termos morais, sociológicos, psicológicos, mas pode também remontar-se às raízes históricas da instituição familiar e seguir-lhes o desenvolvimento através das civilizações as mais diversas. Em tal sentido se reúnem neste volume os depoimentos de alguns estudiosos que exploram a estrutura dos núcleos familiares nas civilizações primitivas, na China, no Islão, na Índia, na Rússia, na América Latina, em África, na sociedade opulenta dos EUA. Igualmente se examina a estrutura social da família, os problemas dessa estrutura e da anomia, a crise do casal moderno, o complexo de Édipo, a noção de autoritarismo, para não citar senão algumas das mais notáveis contribuições aqui recolhidas. Deste modo, um tema aparentemente tradicional, limitado às discussões de ética pessoal, aos manuais educativos ou às polêmicas jornalísticas torna-se - nas mãos de antropólogos, sociólogos, filósofos e psicanalistas de grande prestígio - um problema de mil facetas, novo e excitante, de capital importância para o estudo do homem de hoje.
Geografia / História / Sociologia