SINOPSE: Alberto Lins Caldas é um autor de verve intensa e questionadora. Sua estratégia nesta obra – a de suprimir palavras e pontuações – auxilia no fluxo filosófico e colabora para a atmosfera de negrume, de quarto fechado, um cenário típico para as últimas horas. Apenas o que precisa ser dito com as exatas palavras se apresenta. Ao longo do livro, temos a indagação se o autor suportará manter o ritmo vertiginoso de apresentação de seu conselheiro – uma espécie de oráculo, de divindade a ressoar como um espectro, um inimigo imaginário, uma foice pesada e grandiosa, pensando e executando sua ideologia: como se todo reviramento fosse apenas mais um lado da mesma coisa. O caráter místico imbrica-se com a sujidade da natureza humana. Temos, então, a potência da singularidade aliada ao melhor da tradição ensaística. Admirável exercício de solidão, este é um livro-crítica à racionalidade, à pretensão de saber das coisas do mundo. [ ✒️ por Daniel Zanella]
Romance