Decodificar miudezas. Reverberar sensações. Expor sentimentos. Até emergir o significado de temas universais – amor, solidão, melancolia, silêncio, amizade. Nada escapa à lupa de Jorge Miguel Marinho, cujo olhar reflete a grandeza necessária do que aparenta uma pequenez inata. No papel de cronistacontista (ou vice-versa), o autor investiga as imediações para descobrir recônditos da existência guardados em joias do cotidiano, oferecendo, neste percurso, um inventário de referências filosóficas, cinematográficas, literárias e musicais. Em A gravidade das coisas miúdas, notas de pé de página, registros prosaicos, reflexões pessoais e personagens ficcionais se misturam em uma babel literária marcada pela narrativa sanguínea, cujo fluxo se dá linha após linha, em meio a uma rota exploratória aberta, viva e rítmica. Ao celebrar a gravidade possível do detalhe, redimensiona a infinita beleza do viver.
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