Pertencendo à terceira geração positivista do século XIX, o inglês John Stuart Mill, filósofo e economista, produziu, com seu Sistema de Lógica, um dos clássicos da metodologia científica. No amplo painel temático do livro, o autor sistematiza os problemas discutidos nos debates entre empiristas, positivistas, aprioristas, realistas e convencionalistas de sua época utilizando como instrumental a concepção analítica de linguagem. A semântica dos nomes e das proposições, a sua teoria do silogismo e os estudos dos fundamentos do método experimental forneceram-lhe os instrumentos conceituais e argumentativos para sua reconstrução metodológica da teoria e da explicação científica, referências obrigatórias das filosofias da ciência do século XX. Se novos avanços na lógica e na filosofia da linguagem permitiram reavaliar muitas das soluções de Mill para problemas metodológicos da matemática e das ciências naturais, o seu naturalismo que incluiria as ciências sociais e do comportamento, ciências morais, no conjunto das ciências empíricas teria grande influência na sociologia, da escola sociológica francesa iniciada por Durkheim aos funcionalistas, e na recente sociologia histórica e comparada. No A lógica das Ciências Morais, livro sexto do Sistema de Logica, o teórico do liberalismo, que inicia um diálogo com o socialismo, empreenderá uma sutil autocrítica da corrente positivista flexibilizando a sua teoria da explicação causal na definição da natureza psicológica e social das ações humanas. José Jeremias
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