A Luneta Mágica, de Joaquim Manuel de Macedo, é um romance numa linha diferente de suas obras mais famosas, que descreve de uma maneira bem-humorada e crítica a realidade sociocultural do Brasil do final do Segundo Império.
Neste livro, o protagonista da história, Simplício, é “míope física e moralmente”, como ele mesmo diz. Ansioso por enxergar melhor, consegue por meio de um armênio uma luneta com a qual pode ver perfeitamente. É advertido de que não deverá fixá-la por mais de três minutos, após o que passará a ver além da aparência e apenas o Mal dentro das pessoas. Simplício não resiste a fixar sua luneta por um tempo maior, e começa a ver mais do que gostaria, o que o leva quase à loucura. Acaba, sem intenção, quebrando a luneta, e pede ao armênio que lhe forneça uma outra. O homem concorda, mas adverte-o que desta vez ele veria apenas o Bem, se fixasse a luneta por mais de três minutos. Foi pior ainda e acabou por ser envolvido e enganado. Por fim, e após muitas confusões, ele acaba ganhando a luneta do bom senso, e assim encontra uma maneira de viver bem com a sociedade.
Uma espécie de fábula moral, este livro acaba por nos fazer pensar a respeito da relatividade do Bem e do Mal, além de nos dar um retrato bastante realista da sociedade da época.
Literatura Brasileira / Romance / Fábula / Ficção