Recuperando com riqueza de detalhes o estopim da deflagração do golpe de 1964, Heloisa Murgel Starling esmiúça os antecedentes que pavimentaram a derrubada da presidência de João Goulart e deram início a uma ditadura militar de vinte e um anos. Na primeira parte de A máquina do golpe, "Engrenagens militares e apoio externo", a historiadora evidencia a articulação entre militares e governadores na empreitada contra o presidente, e a disputa entre eles pela primazia do movimento golpista, descrevendo a concepção e a execução da quartelada do general Olympio Mourão Filho, a movimentação política do governador mineiro José de Magalhães Pinto, a atuação do general Carlos Luís Guedes, e a reação do general Castello Branco.
A essa intricada rede de conspiradores soma-se a indispensável participação política dos Estados Unidos, personificada no embaixador Lincoln Gordon, cujos esforços para neutralizar e derrubar Jango se fizeram por programas de financiamento a governadores anticomunistas, patrocínio eleitoral nas eleições parlamentares, além de treinamentos para capacitação policial e acordos militares.
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