Em "A Mente no Mundo Moderno", Lionel Trilling denuncia a fragmentação do saber, a especialização excessiva, o descrédito do próprio conceito de mente, o irracionalismo crescente, de um lado, e o cientificismo, de outro – em síntese, o cinismo e o niilismo intelectual. Literatura, filosofia, história, educação e política são tratados de maneira tão entrelaçada que mal se pode separar uma coisa da outra – o autor encarna em sua própria fala a complexidade da experiência humana e o ideal de uma formação humanística.
Embora pequeno em volume, esse é um grande livro: traz o discurso que Trilling fez durante a primeira Conferência Jefferson de Humanidades, em 1972. O Prêmio Jefferson em Humanidades é a mais alta honraria que o governo federal dos Estados Unidos confere a contribuições intelectuais notáveis no campo das humanidades, e Lionel Trilling foi o primeiro a receber tal honraria, que, mais tarde, seria conferida a intelectuais tão notáveis quanto Saul Bellow (1977), Walker Percy (1989), Bernard Lewis (1990), Gertrude Himmelfarb (1991), John Updike (2008) e Martin Scorsese (2013), entre outros.
Lionel Trilling, ao lado de Jacques Barzun e Edmund Wilson, pertenceu a uma geração de críticos literários de vasta formação humanística – Trilling foi aluno de Mortimer Adler, o grande promotor da educação liberal, e, mais tarde, também conduziu seminários sobre os "Grandes Livros" –, capaz de falar a um público mais amplo, fora dos limites da academia.
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