A cena repete-se todas as noites. Pouco antes das duas da manhã, o narrador ouve um som ao longe. Um sino antigo, oriundo das profundezas do tempo. Inquieto, o protagonista sem nome mergulha na floresta e descobre um santuário feito de pedras quadradas. Realidade ou fantasia?
Em "A Morte do Comendador", um retratista sem nome, de 36 anos, subitamente abandonado em Tóquio pela mulher, acaba por ir viver para a misteriosa casa de montanha de um famoso artista. A descoberta de um quadro inédito no sotão dessa casa desencadeia uma série de misteriosos acontecimentos e constitui o pretexto para explicar metaforicamente os acontecimentos da vida do protagonista sem nome.
A pintura que dá o mote ao romance, essa tem título - A Morte do Comendador - e remete para a ópera Don Giovanni, de Mozart. Dividido em duas partes, "A Morte do Comendador" elege a música e a pintura como artes privilegiadas e aborda a solidão e o amor, a arte e o mal, temas bem conhecidos dos leitores, a par da paternidade, tópico inédito nos romances de Haruki Murakami, considerado pelo The Guardian «um dos maiores romancistas da atualidade».
Uma das narrativas mais ambiciosas de Haruki Murakami, "A Morte do Comendador" constitui uma homenagem ao romance "O Grande Gatsby", de F. Scott Fitzgerald.
Drama / Fantasia / Ficção