A beleza é passageira, a feiura é para sempre. A anônima mulher que escreveu a Bíblia conhecia, apesar do susto quando viu pela primeira vez um espelho, essa máxima. Era a mais feia entre as 700 mulheres do rei Salomão, porém dotada de uma qualidade que a fez especial, especialíssima: sabia ler e escrever.
O dom valeu a essa fêmea superior a missão, delegada pelo rei, de narrar a saga da humanidade, além de "um verdadeiro banquete de sexo", como ela mesma descreve, em êxtase. É o que nos conta o divertidíssimo livro do escritor gaúcho Moacyr Scliar (1937-2011), que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de melhor romance do ano 2000.
"A Mulher que Escreveu a Bíblia" nos surpreende, com risadas e seguidas comoções, ao explorar a terapia de vidas passadas e o erotismo – do mais popular ao mais bíblico. Deliciosa viagem literária.
Literatura Brasileira