Escrito por uma das mais destacadas ficcionistas americanas contemporâneas, este ensaio empreende uma busca pelas fronteiras entre o que somos e o que sofremos. Um livro único, misto de confissão, memória científica e documento literário sobre uma condição nervosa muito especial.
Siri Hustvedt proferia um discurso homenageando o pai, um professor universitário morto dois anos antes, quando se viu tomada por uma série assustadora de tremores abaixo do pescoço. Braços e mãos se movimentavam convulsivamente, a despeito de sua voz, que continuava sendo emitida com clareza e segurança. Esse foi apenas um primeiro episódio - a ele se seguiriam outros, sempre suscitando o mesmo elenco de questões e mobilizando todas as armas intelectuais da escritora.
Em A mulher trêmula, Hustvedt empreende uma busca pelas explicações - físicas, emocionais, filosóficas, clínicas - para sua situação. Desbravando com segurança um terreno marcado pela neurologia, psiquiatria, psicanálise e até mesmo pela criação artística, e o tempo todo amparada por autores como Dostoiévski, Freud, António Damásio e Oliver Sacks, a autora desnuda a própria narrativa dessa investigação ao mostrar que continua tendo mais perguntas do que propriamente respostas.
Temas como os limites entre o físico e o mental, a atual supremacia dos fármacos sobre as teorias de Freud e a necessidade de narrar o sofrimento para melhor apreendê-lo são debatidos neste livro que revela uma autora no auge de sua argúcia e curiosidade intelectual.
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