Se perguntarmos a uma pessoa recém-casada qual é o bem que mais deseja na família, provavelmente responderá - 'O amor'. Se fizermos a mesma pergunta a um homem ou a uma mulher já maduros, com longos anos de convivência familiar, é provável que nos responda - 'A paz'. Nem todos dirão isso, certamente, mas muitos, sim. É que os anos de convívio entre marido e mulher, e entre pais e filhos, vão evidenciando que a paz é um bem inestimável, tanto mais precioso quanto mais frágil e difícil é de conseguir e de conservar. O caminho para a paz passa pelo nosso coração. O autor convida-nos, por isso, a descer aos porões do coração, onde diagnostica com firmeza as raízes do mal - o orgulho e o egoísmo comodista, que entronizam o 'eu' no centro da vida familiar; o hedonismo e utilitarismo, que atrofiam a capacidade de amar. Mas não se detém na 'denúncia', como hoje se gosta tanto de dizer. Com meridiana clareza, mostra que a paz é um bem que se constrói à força de virtudes, de misericórdia e humildade, de espírito de serviço e esquecimento de si, de perdão, mansidão e paciência... e, não por último, de caras sorridentes.