É a mais completa biografia já escrita sobre Barack Obama. Através de centenas de entrevistas e uma cuidadosa reconstituição biográfica e histórica, o jornalista David Remnick empreendeu uma viagem às raízes do presidente americano, refazendo os passos de sua educação "política, racial e sentimental". A investigação começa pela vasta e intrincada árvore genealógica do presidente. Filho de um queniano ausente e de uma inquieta e idealista norte-americana do Kansas, Obama teve uma juventude atribulada, dividida entre o Havaí e a Indonésia e marcada por um conflito constante com relação à própria raça e identidade. Educado pela mãe e pelos avós maternos, Obama teve que "reivindicar" as próprias raízes, dando início a um processo de autoconhecimento que culminou no livro A origem dos meus sonhos. A ponte mostra o início do engajamento de Obama nas ruas de Chicago, para onde se mudou e trabalhou como organizador comunitário; a paixão pelo basquete e pela literatura; a passagem brilhante pela faculdade de direito de Harvard, onde se tornou o primeiro afro-americano a editar a Harvard Law Review; a volta a Chicago, onde conheceu a esposa Michelle e deu início à carreira política. Com um discurso moderno e uma assombrosa capacidade de conciliação e diálogo, Obama foi reunindo em torno de si uma rede de apoio cada vez maior e mais heterogênea, em uma escalada que não demorou a levá-lo ao senado americano. Remnick dá atenção especial ao processo que levou Obama do senado à presidência. Sua ascensão vertiginosa, é claro, suscitou inúmeras resistências. A luta das primárias com Hillary Clinton é analisada com detalhes, mostrando como a disputa foi dando "musculatura" a uma candidatura que, no início, parecia destinada ao fracasso. Além de refazer a trajetória de Obama, A ponte busca situá-lo dentro do contexto do movimento dos direitos civis. "Estou aqui apoiado nos ombros de gigantes", disse ele, referindo-se à importância que nomes como Malcolm X, Martin Luther King e John Lewis tiveram para pavimentar o caminho que permitiu sua ascensão. Substituindo o discurso feroz que marcou o movimento por uma retórica da inclusão, cosmopolita e sem ressentimentos, Obama conseguiu comunicar-se com uma nova geração de norte-americanos.