Nosso mundo moderno é, em muitos aspectos, uma continuação do mundo da Grécia e de Roma. Cabe, porém, se perguntar: se o latim e o grego são línguas mortas, se a civilização e a cultura greco-romanas já fazem parte do passado, o que efetivamente nos une a Homero e Virgílio, a Píndaro e Horácio, a Cícero e Plutarco? Para responder, Gilbert Highet traça a história das principais maneiras pelas quais a influência grega e latina moldou as literaturas ocidentais, desde a Idade Média até aos tempos atuais. Embora escritas há muitos séculos, as tragédias, comédias e epopeias gregas, as obras de Dante, Petrarca, Boccaccio, Chaucer, Shakespeare e tantos outros, chegando aos poetas simbolistas e James Joyce, formam uma contínua corrente da melhor poesia e prosa escritas nos países ocidentais. Diretamente ou através de traduções, ainda transmitem sua mensagem, encantam, perturbam, comovem e fascinam os leitores. E todo livro em que se possam encontrar novos interesses e novas ideias está vivo: compreender isso equivale a abrir um universo mais amplo para o nosso espírito.
A tradição clássica é uma obra admirável. Ao relê-la, passados sessenta anos de sua publicação, minha admiração pela maestria desse livro permanece inabalada.
— Harold Bloom
Ensaios / História Geral