Poeta modernista português, divisor de águas entre o tradicional e a modernidade, sua obra - de grande beleza e complexidade - se apresenta ao leitor como um labirinto de espelhos. Considerando que esta Antologia Poética está organizada segundo o critério de heterônimos, frutos, talvez, do desejo de exercer as múltiplas faces do eu poético que não cabiam num/a só Pessoa: Fernando Pessoa, ele mesmo, saudosista, cantando as glórias de Portugal; Alberto Caeiro, poeta das coisas simples, da natureza, quase prosa, conversando consigo mesmo; Ricardo Reis, poeta clássico na temática greco-romana e na forma com métrica e rima bem cuidadas; e Álvaro de Campos, poeta urbano, cuja sensibilidade capta a vida moderna, com versos livres e fina ironia.
Walmir Ayala, poeta brasileiro e organizador desta antologia, reuniu o melhor de Fernando Pessoa, considerado gênio da literatura e leitura obrigatória do nosso tempo. Confira:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Poemas, poesias