O que há de novo nas “novas” políticas sociais brasileiras? Nas duas últimas décadas, a América Latina, e mais especificamente o Brasil, têm sido considerados como um “laboratório” de políticas sociais, a meio caminho entre segurança social e reconhecimento dos direitos, onde um significativo contingente feminino tem sido mobilizado para a concretização dos serviços. A partir do estudo de caso da região metropolitana de São Paulo, os temas abordados visam compreender o lugar da mulher em um conjunto de transformações da sociedade brasileira após a abertura democrática, como as reconfigurações familiares e a transição demográfica, o aumento da atividade feminina e as polarizações do mercado de trabalho. Quais as relações de gênero, de classe e de raça tecidas entre o Estado, em seus diversos níveis, o mercado, a “sociedade civil”, e a população? Quais as formas de mediação e conflito entre os sujeitos e atores das políticas sociais e outras instâncias de ordenamento? Este livro analisa como a democracia se concretiza “por baixo”, e as formas de expressão nas relações sociais de gênero no país. No cruzamento das teorias da “feminilização da pobreza” por um lado, e do empoderamento das mulheres por meio das políticas, pelo outro, quais são os papéis desempenhados pelas mulheres enquanto trabalhadoras sociais, bem como enquanto “beneficiárias”?
Política / Sociologia