As ciências humanas são mais do que um saber. São uma prática, são instituições. Ao analisar a génese e a filosofia das ciências, Michel Foucault mostra como é recente o aparecimento do «homem» na história do saber. Estuda a mudança interior da nossa cultura, do século XVIII ao século XIX, através da gramática geral, que se tornou filologia, da análise de riquezas, que se tornou economia política, e da história natural, que se tornou biologia. Nós acompanhamo-lo num subsolo onde ele, como arqueólogo do pensamento, nos mostra aquilo que faz que as ciências humanas, hoje, se tornem cada vez mais imprescindíveis. Esta edição portuguesa inclui dois textos introdutórios, o primeiro de Eduardo Lourenço («Michel Foucault ou o Fim do Humanismo»), o segundo de Vergílio Ferreira («Questionação a Foucault e a algum Estruturalismo»).