Sendo uma rapariga em crescimento, com Síndrome de Asperger, eu tinha algo em comum com os rapazes com Asperger: era uma daquelas crianças que "simplismente não se encaixavam".
Muitas vezes, ninguém sabia o que fazer comigo ou como reagir perante as minhas excentricidades.
O que é que se faz com uma rapariga que não é capaz de brincar às bonecas com outras raparigas porque elas não o fazem "como deve ser"?
É com estas palavras que Jennifer Mcllwee Myers inicia o prefácio a este instrutivo livro sobre a relação entre a Síndrome de Asperger e o género feminino.
Bem sabemos da dificuldade que existe no diagnóstico da Síndrome de Asperger nas raparigas.
Quantas vezes por detrás de uma rapariga "tímida e recatada" está uma rapariga com Síndrome de Asperger absolutamente incompreendida? Este livro, para além de ter sido escrito por especialistas no assunto, tem um valor inestimável, já que nos relata experiências na primeira pessoa. São estas experiências que nos vão levar a uma melhor e mais fácil compreensão da Síndrome de Asperger no feminino.
Nós, mulheres e raparigas com Síndrome de Asperger, existimos e temos o direito de sermos reconhecidas e apoiadas tanto pelas as nossas famílias como umas pelas outras e de vivermos as nossas vidas. Eu gosto de dizer: "Estamos aqui, somos esquisitas, habituem-se!"