Atlas é um adolescente, no caso, de dezessete anos, que amadurece torturado pelos Deuses. Tudo ameaça envenenar seu dia a dia na delicada travessia para a vida adulta: o amor, as ideias, a família, os amigos, a escola, a dificuldade em encontrar um papel que não esbarre na angústia da despersonalização, no sofrimento gratuito e inútil. A dor simplesmente se instila e se instala sobre sua alma sombria. Num estilo enxuto, cortante, sempre a evitar a autopiedade, Atlas nos conduz por esse dédalo interior que o imobiliza e enlouquece, nos força a acompanhá-lo nessa minuciosa descida ao inferno pessoal. Em vez de um romance de construção (Bilgsdunroman), o autor nos dá um romance de desconstrução (dekonstruktionenroman) em que a poesia, o humor e a ironia nunca estão ausentes.
Ficção