Robert Doisneau (1912-94) nasceu em Gentilly e começou sua carreira como fotógrafo publicitário nas fábricas da Renault. Após ser demitido, em 1939, recebeu um convite do fundador da Agência Rapho, Charles Rado, para trabalhar como fotógrafo independente. No entanto, nos anos seguintes, muitos de seus projetos foram interrompidos com a eclosão da Segunda Guerra. Doisneau torna-se, então, membro da Resistência francesa, como soldado e fotógrafo oficial. Grande parte dessas imagens, apresentadas em uma das sessões do livro Paris Doisneau, são flagrantes de personagens anônimos durante a Ocupação e, mais tarde, a Liberação francesas.
Após a Guerra, Doisneau retoma seu trabalho na Rapho e realiza projetos para revistas como Vogue, Life e Paris Match. Essas e outras cenas, submetidas à uma escolha minuciosa de enquadramentos, denotam o olhar intuitivo e comovente de um flâneur apaixonado pela cidade de Paris. Durante toda a sua trajetória, Robert Doisneau nunca teve receio de compor seu próprio universo, com o único desejo de fixar aquilo que acreditava estar em vias de desaparecer, registrando a lembrança do pequeno teatro fabricado por seu olhar.