Elisete Duarte


4.8
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Nascimento: 01/11/1967 | Local: Brasil - São Paulo - Osasco

Em 1996 a autora foi tomada por uma severa Síndrome do Pânico e um medo do mundo assombrou a sua vida:

Vivia a base de calmantes e antidepressivos. Eu não me conformava com a situação, por mais que dormisse, sentia meu corpo cansado, mas por outro lado era melhor do que passar a noite acordada.

Mesmo assim continuei lutando, ia para o trabalho, dirigia em pânico, mas não deixei de fazê-lo, era única chance que eu tinha de não acabar realmente louca.

Foram dias rezando, pedindo a Deus para me livrar daquela dor, mesmo tomando os medicamentos há algum tempo os sintomas persistiam em meu dia a dia.

E foi naquele dia abençoado por Deus que minha vida começou a mudar.

Numa noite, especial quando fechei os meus olhos, um senhor habitou o meu sonho, um homem de cabelos grisalhos, magro usando óculos. Ele se aproximou de mim e me entregou um caderno pequeno de brochura e um lápis desgastado. Num sorriso paternal, ele pediu que eu escrevesse muito naquele caderno que assim aliviaria a dor de minha alma.

Segurei o caderno sem tirar os meus olhos de seus olhos, ele sorriu carinhosamente e caminhou levemente quase que flutuava.

No dia seguinte no trabalho quando as crises começaram. Por alguns instantes cheguei a desanimar, chorando, quase cheguei à conclusão que a vida não valia mais a pena, que não queria viver daquela forma e naquele desânimo com lágrimas nos olhos, debruçada sobre minha mesa observei um lápis e um caderno pequeno de espiral, o caderno que era usado para cálculos financeiros.

Então compenetrada naqueles dois objetos, lembrei-me do sonho e de repente nasceu dentro de mim a necessidade de escrever. Abri o caderno numa página em branco e comecei a escrever incessantemente o que vinha à minha mente.

E ali passei o dia inteiro escrevendo, e quanto mais escrevia mais vontade tinha de escrever.

No final do expediente pela primeira vez após dois anos de sofrimento, esqueci das crises e quando me dei por conta o dia passou e finalmente sentia uma satisfação em meu coração.

Com uma esperança que já não tinha mais, analisei o caderno em minha frente eu tinha escrito exatamente 38 páginas de uma história alucinante.

Eu não conseguia mais parar de escrever, escrevia em casa, no trabalho, nas reuniões familiares, etc...
E aos poucos as crises foram embora dando espaço a satisfação de ver as pessoas admiradas com minhas histórias.

Eu agradeço e muito a Deus por me amar assim, Ele simplesmente enviou o seu anjo para me salvar, para me tirar do fundo de um abismo.

Hoje o meu único remédio é escrever, sou uma pessoa saudável, cem por cento, curada.

O primeiro livro que escreveu é A Porta da Libertação, ainda não tive a oportunidade de publicá-lo, mas posso afirmar que ele foi o antidepressivo que me salvou.

Hoje afirmo que sou a pessoa mais feliz do mundo, o dom de escrever veio me libertar para um mundo maravilhoso que eu ainda não conhecia.

Estas são as promessas da vida, Deus está presente em todo momento, por isso digo, precisamos exercer nossa fé. Pois é nela que encontramos o sentido de nossas vidas.

Ficção

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