Balas de Washington – uma história da CIA, golpes e assassinatos, como explica o historiador e jornalista, Vijay Prashad, “foi escrito tendo em mente o processo chamado Semana Anti-Imperialista, um período de protestos convocado pela Assembleia Internacional dos Povos”. Uma síntese da longa história de lutas pela libertação dos povos e de assassinatos, golpes e massacres promovidos pelos Estados Unidos. Prashad observa a ascensão do imperialismo estadunidense depois da Segunda Guerra Mundial e a posição que ocupa, a partir daí, como centro, diante dos demais países imperialistas, organizados como raios, para conter o avanço dos processos revolucionários e a influência da União Soviética entre os países dependentes. Ao analisar a história a contrapelo, o autor configura a formação desses raios em uma verdadeira guerra entre classes: “Se os partidos dos operários e camponeses chegassem perto do poder ou se eles assumissem o poder, ou desafiassem o domínio dos imperialistas, teriam que ser impedidos ou expulsos dos cargos”. Esta é a síntese da história da guerra de classes até a atualidade.
As análises de Vijay Prashad sobre a participação dos Estados Unidos nos processos contrarrevolucionários, em todos os continentes, partem do período do final da Segunda Guerra Mundial, e alcançam os recentes golpes políticos no Brasil e na Bolívia. Uma obra para compreender e lutar contra as armas da dominação imperialista, mas com a força da imaginação poética dos povos rebeldes: “O mais bonito/para aqueles que lutaram/sua vida inteira,/é chegar ao fim e dizer:/nós acreditamos no ser humano e na vida/e a vida e o ser humano/nunca nos decepcionaram” (Otto René Castillo)
Trecho do livro
“Este é um livro sobre balas, diz o seu autor. Balas que assassinaram processos democráticos, que assassinaram revoluções e que assassinaram esperanças. O bravo historiador e jornalista indiano Vijay Prashad emprega toda a sua vontade para explicar e ordenar de forma compreensível e totalizadora o obscuro interesse com que o imperialismo intervém nos países que tentam construir seu próprio destino. Nas páginas deste livro se documenta a participação dos Estados Unidos no assassinato de lideranças sociais da África, Ásia e da América Latina e nos massacres massivos dos povos que se opõem a pagar com sua própria pobreza os negócios delirantes das corporações multinacionais. Prashad diz que essas balas de Washington têm um preço: “O preço mais alto é pago pelas pessoas. Porque nestes assassinatos, nesta intimidação violenta, são as pessoas as que perdem suas lideranças em seus locais, um líder camponês, um líder sindical, um líder dos pobres”. (Prefácio, Evo Morales Ayma)
História / Política