Caminhavam como Homens

Caminhavam como Homens Clifford Donald Simak


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Caminhavam como Homens


Coleção Argonauta nr 78




"They Walked Like Men", 1962. Uma vez mais nos coloca Clifford D. Simak perante algumas perguntas angustiantes, não apenas no que se refere ao futuro do mundo, mas sobretudo quanto às suas relações com os habitantes de outros planetas.
Uma noite, de regresso a casa, depois de bem bebido, o jornalista Parker encontra uma armadilha montada à sua porta. Uma armadilha gigantesca, semelhante às que servem para caçar ursos. E, na esteira dessa armadilha, outras se sucedem, criadas por gente vinda de outras estrelas. Gente que não tem uma forma peculiar, antes adopta as formas que mais convêm aos seus intentos. Uma vezes são bolas de bowling, luzidiamente negras, outras pequenas bonecas que podem aumentar até se transformarem em pessoas, com os seus interesses, os seus problemas, a sua falsa existência relacionada com a existência dos homens reais.
Qual a actividade fundamental de tais estrangeiros? Como estão eles organizados? De que maneira pretendem despojar os homens de todas as suas conquistas técnicas e humanísticas? Como será possível destruí-los, impedindo que a Terra seja dominada por tais formas, que não se submetem a qualquer dado ecológico?
É a estas perguntas que vai dando resposta o jornalista Parker, que encontra um inesperado aliado nm Cao que fala, ou no que, à primeira vista, parece ser um cão que fala. Trata-se de uma forma de vida existente em outro planeta, que vive em luta cerrada com as bolas de bowling, e que não se esquiva a auxiliar os homens no seu combate aos estrangeiros que se insinuam em toda a parte.
Vão comprando, pouco a pouco, todas as fábricas, todas as casas, todos os estabelecimentos comerciais. E limitam-se a encerrá-los, criando assim um desemprego extenso, irremediável. E o homem deixa de contar com um lugar para dormir. O que tinha sido a base da sua vida, o produto de uma actividade secular, transforma-se numa casca vazia de sentido, pois o homem comum não encontra nenhuma explicação razoável pra tudo o que está a acontecer.
Torna-se necessária a insistência de Parker e da sua colega Joy, para que os dirigentes acreditem na denúncia do perigo, para que um dia chegue a ordem de evacuar a cidade. Os responsáveis pela política estado-unidense decidem-se finalmente a liquidar com a bomba atómica a cidadezinha dominada por tais seres. Preferem esta destruição ao risco da Terra ser completamente invadida pelas bolas pretas, luzidias, tilitantes, sem escrúpulos.
Eis o novelo de problemas citados por Clifford D. Simak, contados com o estilo sugestivo que é característico deste grande autor. Trata-se de um romance dentro da sua linha habitual, sem uma quebra de interesse, sem a mais leve falha na organização lógica dos problemas, pelo que não poderá deixar de provocar uma leitura atenta e, sobretudo, apaixonante.

Aventura / Ficção científica / Literatura Estrangeira / Suspense e Mistério / Terror

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