"A poesia sentimental acabou. Devia naturalmente acabar assim que o amor se julgou supérfluo no casamento do vate. Eram, noutro tempo, os poetas uns amadores vitalícios que cantavam e amavam todas as meninas de uma ou duas freguesias; mas não se casavam com elas. Enfeitavam-nas de flores para maridos maganões que sorriam deles com uma piedade quase benévola, e os tratavam com excesso de delicadeza, até ao requinte de os porem na rua com poucas bengaladas. Os maridos, às vezes, quando os poetas bisavam os seus cantares, faziam no espinhaço das esposas o compasso. Isto soube-se; a desordem da família constou cá fora, e o lirismo começou a cair como imoral."
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Poemas, poesias