Carrie era a ave rara da escola; aquela que era trapalhona nos jogos, a que a roupa nunca assentava bem, que nunca percebia uma anedota.
E por isso tornou-se o alvo da chocata e da crueldade dos outros adolescentes, que a confundiam e magoavam ao mesmo tempo. O único consolo, embora escasso, era o seu jogo secreto, mas como tantas outras coisas na vida de Carrie, era pecaminoso. Ou pelo menos era o que a mãe afirmava. Carrie conseguia fazer mexer os objectos - concenrtrando-se neles, desejando que se movessem. Pequenas coisas, como berlindes que começavam a dançar. Ou caía uma vela. Fechava-se uma porta. Este era o seu jogo, o seu poder, o seu pecado, firmemente reprimido como tudo o resto na sua vida. Um acto de ternura, tão espontâneo como as piadas maldosas das colegas de turma, permitiu que Carrie olhasse para si própria de maneira diferente na noite fatídica do baile de finalistas. Mas outro acto - de uma crueldade feroz - mudou para sempre o rumo das coisas e transformou o seu jogo clandestino numa arma de terror e destruição. Ela fez cair uma acesa e trancou as portas...
Ficção / Horror / Literatura Estrangeira / Suspense e Mistério / Terror