Teórico máximo do pensamento liberal e do individualismo, Locke realça neste famoso escrito o valor e a prática da tolerância como ato político. Carta Sobre a Tolerância foi redigida em latim durante o exílio político de Locke na Holanda sob o título de Epístola de tolerantia, e no mesmo ano traduzida para o inglês por William Popple. A tradução que ora apresentamos ao leitor segue essa versão inglesa Carta pois foi a ela que Locke se referiu posteriormente, constanto também na maioria das edições de suas obras. Locke defende nesta carta que as ações dos cidadãos, principalmente as religiosas, devem ser defendidas pelo Estado, desde que essas ações não contrariem a função principal do Estado: defender a vida, a liberdade e a propriedade. A reivindicação por tolerância se baseia, portanto, no direito natural à liberdade, o que tem como pressuposto, a separação entre Estado e Igreja, idéia revolucionária para o cenário político de então.
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