Estas cinco cartas portuguesas, envoltas em mistério e polémica quanto à veracidade daquilo que nelas é narrado e ao seu autor, são testemunho de um amor forte, que desconhecia fronteiras e transpunha as regras. Talvez impressionada por um amor repentino e egoísta, Soror Mariana, enclausurada no Convento de Beja, sonhava com o seu cavaleiro, sonhava voltar para ele e abdicar da vida religiosa, se ele assim o quisesse. Nas cartas lemos os desejos e queixumes de uma mulher ensandecida por uma paixão, à qual destinatário já não corresponde, mas que mesmo assim prefere dar a alma para sofrer por amor, do que jamais ter amado.
Conhecidas desde o século XVII, as ´Cartas Portuguesas´ são um dos exemplos mais ardentes de amor desesperado da literatura internacional. Escritas pela freira Mariana Alcoforado, estas cartas tornaram-se célebres através dos tempos, tendo sido objeto de apaixonante polêmica e de comentários de autores como Stendhal, Rousseau, Rilke etc. O destinatário destas cartas teria sido o oficial francês em serviço em Portugal, Sr. Cavalheiro De Chamilly, segundo Saint-Simon homem de posses e estabelecido em Paris com mulher e filhos. Muito mais que um documento de uma época de romantismo exacerbado, estas cartas passaram à posteridade como uma obra-prima da literatura universal. A solidão a ansiedade e a entrega sem exigências, total e absoluta, justificam e consagram o amor de Mariana como um símbolo do amor total.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/As_Cartas_Portuguesas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mariana_Alcoforado
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