Partindo do pressuposto que cerveja é um fio condutor, Diógenes Sousa vai nos levar ao século XIX durante a época em que a industrialização chega à cidade de São Paulo. Observando pelo viés urbanístico, este livro vai da construção de ferramentas de entretenimento passando pela importante fase de industrialização, até a cerveja gelada no copo e como isso é parte da formação da sociedade e seu entorno.
Pensar a cidade, combinando arquitetura com entretenimento. O afeto da celebração que construiu mais do que memórias, mas também um patrimônio cultural. Compreender este patrimônio cultural construído e patrocinado pela Companhia Antarctica-Brahma é parte do que Sousa mostra neste recorte. Aqui vemos também como a tríade ferrovia-imigração-fábricas é indispensável nessa história. Ao longo das páginas somos levados a uma época não tão antiga, mas indispensável no olhar da arquitetura e da organização da cidade de São Paulo nos dias de hoje. O século XIX e o termo urbanização são acontecimentos que fazem parte da revolução industrial e de como as pessoas estavam se comportando, as mudanças de paradigmas e esse complexo processo de evolução contínua da sociedade e seus rituais. O resultado é um olhar com viés historiográfico que mostra como foi importante que alguns elementos deixassem pistas sobre esse recorte geográfico e de tempo, transformador e boêmio. Uma pesquisa densa e bem feita que mostra que a cerveja não está apenas na boca, está nos goles de história que nos leva a entender e explorar as narrativas e jornadas curiosas na sociedade.
Culinária e Gastronomia / História / Não-ficção