"De acordo com a autora, a história da língua nacional brasileira começa com aquela remota "língua geral" (também chamada de "tupi") sob a qual, desde o século XVI, os missionários tinham subsumido, tanto no nível mais elementar quanto no mais abstrato, uma multiplicidade de línguas nativas pré-coloniais. Se esta "língua geral" refletia a tensão e energia advindas da variedade lingüística que ela continha e reduzia, esta própria tensão e esta própria energia foram intensificadas pela competição entre a "língua geral", como o domínio da evangelização cristã, e os esforços da Coroa Portuguesa para estender seu controle administrativo à colônia, por meio da língua portuguesa. (...) a língua do Brasil manteve e cultivou uma fluidez em muitos níveis diferentes que reflete os múltiplos componentes que fizeram sua história, uma fluidez que também ativamente configurou a identidade da nação brasileira até os dias de hoje. Foi o amor a esta língua brasileira, por exemplo, que gerou os movimentos iniciais para a formação de uma leitura nacional brasileira no século XIX e é, acima de tudo, a língua brasileira falada que parece ter vivido e prosperado a partir destes mesmos impulsos até o século XXI." (do prefácio de Hans Ulrich Gumbrecht)