Edição atualizada em 2024 com novo prefácio do autor.
Um trabalho de crítica à mídia que mostra como as lendas
se tornam verdades através da repercussão contínua.
O dia 20 de abril de 1999 deixou uma marca indelével na história norte-americana. O Massacre de Columbine pode não ter sido o primeiro tiroteio em massa, mas foi o primeiro da era digital — e o primeiro de larga magnitude. Na esteira dos acontecimentos de Newtown, Aurora, Virginia Tech, Christchurch, Suzano e Ohio, torna-se cada vez mais urgente compreender e confrontar acontecimentos como o de Columbine. Nossa arma é reaprender a ouvir a dor que cresce em silêncio no outro e no cerne dos valores da nossa sociedade.
Columbine é lembrado até os dias de hoje sempre que um episódio horrível e similar ocorre, mas boa parte do que sabemos sobre o massacre está errado. Erros factuais e testemunhos duvidosos propagados à época permanecem verdade absoluta para muitos; é fácil dizer que dois meninos rejeitados pelos atletas e pelas garotas, vítimas de bullying, que vestiam sobretudos e descontavam sua raiva em videogames violentos fizeram o que fizeram por essas razões, mas até que ponto isso é real?
Dave Cullen foi um dos primeiros repórteres a chegar à cena e passou dez anos escrevendo Columbine, livro que hoje é considerado a obra definitiva sobre o tema. Passar tanto tempo debruçado neste projeto o fez analisar a postura da imprensa na época com olhos críticos; hoje, Cullen acha que a mídia tentou encontrar um motivo rápido demais, e um episódio que deveria promover uma discussão sobre desarmamento e saúde mental acabou se transformando em um espetáculo midiático irresponsável.
Em Columbine, os episódios recontados são uma mistura das reportagens que Cullen publicou na época com anos de pesquisa — incluindo centenas de entrevistas com a maioria dos diretores envolvidos, a análise de mais de 25 mil páginas de evidências policiais, incontáveis horas de vídeo e áudio, e o trabalho extenso de outros jornalistas de confiança.
Com um faro investigativo apurado e uma narrativa terna e respeitosa, Cullen apresenta o retrato de um assunto ainda infelizmente tão atual, ao mesmo tempo em que critica a cobertura massiva que se sucedeu. E questiona: por que armas de fogo ainda permanecem ao fácil alcance nos Estados Unidos? A possibilidade de se tornar uma celebridade pela mídia também mata pessoas? Será que a imprensa não deveria focar nas vítimas em vez dos assassinos?
O livro de Dave Cullen ganhou vários prêmios e honras, incluindo o Edgar Allan Poe Award (2010), o Barnes & Noble’s Discover Award (2009) e o Goodreads Choice Award (2009), e foi finalista do la Times Book Prize, Audie Award e mpiba Regional Book Award. Columbine também foi indicado em mais de vinte listas de melhores livros de 2009, incluindo The New York Times, Los Angeles Times, Publishers Weekly, e foi eleito como uma das melhores obras da década de 2000 pelo American School Board Journal.
Vinte e cinco anos depois deste episódio tão doloroso, Dave Cullen atualiza sua obra com um novo prefácio onde ele reflete sobre o impacto contínuo do massacre na Columbine High School, destacando como ele inaugurou a era dos atiradores em massa e inspirou uma perigosa onda de imitadores ao longo dos anos, enfatizando a necessidade de confrontar a verdade sobre o evento para evitar que novas tragédias semelhantes ocorram. Os leitores mais investigativos da DarkSide® Books agora têm acesso à obra atualizada de Dave Cullen para questionar seu ambiente, crenças, limite ético da imprensa e a responsabilidade com os fatos propagados, tão cruciais em uma sociedade que cada vez mais clama por compaixão, respeito e verdade.
Literatura Estrangeira