Neste clássico das ciências políticas, Montesquieu narra a história política de um dos maiores povos da Antiguidade, embasada em relatos históricos, de forma direta, com foco no essencial e naquilo que determina o curso dos acontecimentos, permitindo ao leitor visitar o passado para elucidar o presente. Publicada pela primeira vez em 1734, na Holanda, quando Montesquieu (1689-1755), filósofo e escritor francês do Iluminismo, contava 45 anos de idade e já se tornara um reconhecido pensador político, esta obra foi logo traduzida para o inglês, para o alemão e para o italiano, e tornou-se um clássico, cujo sucesso permitiu ao autor acompanhar em vida a publicação de nove edições. Fundamentada em relatos históricos, dá provas de que a vontade humana é concebida sob um conjunto de condições, cujo conhecimento é elemento crucial para o projeto de Montesquieu, uma esclarecida reforma do soberano e de seu súdito. E contribui, assim, para a instauração de uma ciência política de modo mais direto e imediato do que eminentes tratados da filosofia política. Os incontáveis eventos e relações causais aqui apresentados deixam-nos às portas da obra máxima de seu autor, Do espírito das leis, publicada em 1748. Montesquieu proporcionou à historiografia uma dimensão racional e científica, e tornou-se nada menos que o fundador da ciência política. Ele atende a um otimismo de um tempo esperançoso quanto à razão, ao ser humano e à política, que marcou o século XVIII: “Se eu pudesse fazer com que aqueles que comandam aumentassem seus conhecimentos sobre o que devem prescrever, e se aqueles que obedecem encontrassem um novo prazer em obedecer, considerar-me-ia o mais feliz dos mortais.”
Filosofia / História / Política