Neste ensaio sobre a comunicação massmediática, o italiano Mario Perniola, considerado um dos mais importantes filósofos contemporâneos, recorre a semióticos, filósofos e psicanalistas (Eco, Derrida, Lacan) para apresentar as origens da comunicação, os seus dispositivos, a sua dinâmica e as suas deformações. Para Perniola, a comunicação surge como o oposto do conhecimento. Ao dirigir-se diretamente ao público, saltando por cima de qualquer mediação, ela tem uma aparência democrática, mas é uma violação que homologa todas as diferenças, é inimiga das idéias porque necessita dissolver todos os conteúdos. Como alternativa, Perniola propõe um procedimento baseado na memória, na imaginação e num novo sentimento estético. A partir desses elementos, considera ser possível crer em uma outra globalização, produto da relação de recíproca compreensão e convergência entre o Ocidente e as culturas extra-européias.