Em 'Crônica de uma guerra secreta', Sergio Corrêa da Costa convida o leitor a empreender uma emocionante viagem pelo mundo da diplomacia e da espionagem internacional. O resultado é um livro polêmico, que vai muito além de revelar os bastidores da conexão argentina e dos planos de invasão; é o relato de uma intensa experiência vivida de perto. O autor passou em Buenos Aires os últimos anos da Segunda Guerra Mundial. Guerra em que o Brasil se bateu para valer ao lado dos Aliados, enquanto a vizinha Argentina se enredava perigosamente nas tramas do nazi-fascismo. Estavam, portanto, os dois países em lados opostos no conflito. Além disso, na nova geografia pensada para a América do Sul pelos nazistas, o papel preponderante caberia à Argentina, enquanto que o Brasil seria desmembrado, perdendo os estados da região Sul. Com a capitulação alemã em 1945, logo se soube da chegada a Buenos Aires de milhares de refugiados, inclusive criminosos de guerra. O próprio autor investigou por que o embaixador enviado pelo general De Gaulle a Buenos Aires, bem como o embaixador belga, estaria na lista negra de Perón. Era a insistência com que reclamavam a extradição de vichyistas condenados pela França e a de membros da falange belga do quisling Léon Degrelle. Dizia-se que Perón, irritado, simplesmente jogava na cesta as notas diplomáticas e até recusou cumprimento aos dois diplomatas que o importunavam. Fatos históricos e revelações bombásticas - como o destino do tesouro nazista e a construção da bomba atômica argentina, cuja existência só foi anunciada ao mundo em 1951 - fazem parte deste livro.