“A filosofia racional ou ciência universal não procede aristocraticamente, nem autoritariamente como
a falecida metafísica. Esta se organiza sempre de cima para baixo, por via de dedução e de síntese,
pretendendo também reconhecer a autonomia e a liberdade das ciências particulares, mas na realidade
incomodava-as horrivelmente, até o ponto de lhes impor leis e até mesmo fatos que, frequentemente,
era impossível encontrar na natureza, e de impedi-las de se entregar a experiências cujos resultados teriam
podido reduzir todas as suas especulações ao nada. A metafísica, como se vê, opera segundo o método
dos Estados centralizados. A filosofia racional, ao contrário, é uma ciência democrática. Organiza-se
de baixo para cima livremente, e tem por fundamento único a experiência. Nada do que não foi realmente
analisado e confirmado pela experiência ou pela mais severa crítica pode ser por ela aceito. Consequentemente,
Deus, o Infinito, o Absoluto, todos estes objetos tão amados pela metafísica, estão absolutamente eliminados de seu seio".
[Mikhail Bakunin, 1867]
Livro organizado Andrey Cordeiro Ferreira e Tadeu Bernardes de Souza Toniatti.
Filosofia / Sociologia