O movimento é vida. Seu oposto complementar, a morte, caracteriza-se pela parada, falta de movimento ordenado e, posteriormente, pelo movimento desordenado da decomposição. Podemos observar na prosa de Grabinski como os dois são um, como se transformam um no outro, como o excesso do movimento provoca a morte. O autor mostra como o fascínio pelo movimento se traduz em fascínio pelo oculto, pela morte, chegando a um exemplo de morbidez que une eros e thanatos. A morte, um final natural da vida, parece atrair com a força irresistível os fascinados pelo movimento, pelo progresso, os possuídos pelo demônio do movimento.
O demônio do movimento, que, apesar da sua aparência antiquada de um trem, nos seus livros mata seus funcionários e passageiros, incita à brutalidade e à excitação sexual, que busca a satisfação imediata, custe o que custar, fascina, atemoriza e rege o mundo pelos caminhos misteriosos. O movimento, a essência que, nomen omen, movimenta os nossos tempos nômades aparece nos contos de Grabinski visto sob várias perspectivas, tanto misteriosas e místicas, quanto reais.
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