Título esperto e maldoso... Vem da tradição, de séculos, de referir-se ao diabo como elemento infernizante, atitude pretensa da revista em seu espírito satírico... Esta sempre foi a intenção do humor político e social, da caricatura dos costumes, que se valia da relativa tolerância e da liberdade de expressão durante o período imperial brasileiro. "O Diabo Coxo de Agostini é um jornal domingueiro, pequeno (18 x 26 com), com 8 páginas apena, 4 ilustrações (caricaturas, retratos, cenas do dia-a-dia e eventos) e 4 textos (artigos, poesias, notícias, críticas, anedotas, adivinhas etc.), dos quais se ocupavam Luis Gama (1830-1886), o ardoroso abolicionista, e Sizenando Barreto Nabuco de Araújo (1842-1892), irmão de Joaquim Nabubo. Era impresso na Tipografia e Litografia Alemã, de Henrique Schröder. " ANGELO AGOSTINI, italiano radicado no Brasil, era o caricaturista. Os poemas vinham em meio aos textos e ilustrações, arbitrariamente. Todos maliciosos, alguns pícaros, e soam preconceituosos conforme os padrões atuais... em relação às mulheres, aos negros... embora o jornal fosse abolicionista e progressista!! Vale a penas conferir, e louvar a ideia desta edição fac similar dos exemplares (únicos!) que fazem parte do acervo da Biblioteca Municipal Mário de Andrade, se São Paulo, levando o precioso conteúdo ao público. Obra apresentada por Luiz Gonzaga Bertelli, Presidente da Academia Paulista de História, e prefaciada por Antonio Luiz Cagnin, da ECA/USP que oferece valiosas informações bibliográficas.