Neste diálogo com Claire Parnet – conversa que se estabelece entre linhas e capítulos transformados em verdadeiras personagens – Deleuze explica a evolução do seu pensamento, em particular a partir do encontro com Félix Guattari. Os temas são os mais diversos, começando nos devires e sua geografia, já que para Deleuze o devir-mulher ou o devir-animal são, por exemplo, mais importantes que as diferenças de sexo ou reino natural. Surge também a crítica à psicanálise e aos métodos de interpretação em favor da experiência; a necessidade de traçar linhas que não têm origem e que tal como a erva crescem no meio; a individuação não subjectiva, a construção da velocidade e da lentidão e a sua produção num plano; o empirismo; a importância do agenciamento; o desejo e o prazer; a necessidade de afastamento do aparelho de Estado e de qualquer sistema que pretenda conquistá-lo; o nomadismo e as máquinas de guerra irredutíveis ao modelo de estado, a recusa de uma instância suprema em proveito de linhas e regimes de signos que se encadeiam e cujas flutuações se agenciam noutros fluxos; e, finalmente, as relações entre o real e o virtual. Gilles Deleuze (1925 – 1995) tem publicada, nesta editora, uma das suas obras essenciais, Diferença e Repetição.