O famoso teólogo alemão faz uma abordagem do que poderia significar o chamado de Jesus ao discipulado na atualidade. Reafirma sua posição de que o discipulado é um caminho de libertação do homem de tudo quanto oprime e provoca preocupações e tormentos à consciência.
Deu-se tanta ênfase à justificação pela graça, sem as obras da lei, que Bonhoeffer, o famoso teólogo-mártir alemão, executado pelos nazistas em 1945, se sentiu motivado a iniciar este livro dizendo que a graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja.
A nossa luta trava-se hoje em torno da graça preciosa, que é o tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende com alegria tudo quanto tem (...) o chamado de Jesus Cristo, ao ouvir do qual o discípulo larga as suas redes e o segue(...) o dom pelo qual se ter que orar, a porta à qual se tem que bater.
Ouvir e aceitar o chamado de Deus para o discipulado significa, simultaneamento, ser agraciaddo/a com a oferta de vida nova a ser desafiado/a a vivê-la em todas as profissões e circunstâncias.
Quando as Escrituras sagradas falam do discipulado de Jesus, proclamam a libertação do ser humano de todos os preceitos humanos, de tudo quanto oprime, sobrecarrega, provoca preocupações e tormentos à consciência.
No discipulado, o ser humano sai de sob o jugo de suas próprias leis e submete-se ao jugo suaves de Jesus Cristo. Seria isso menosprezo da seriedade dos mandamentos de Jesus? Não. antes, somente onde permanece de pé o mandamento integral de Jesus, o chamado ao discipulado sem restrições é que torna possível a plena libertação do ser humano para a comunhão com Jesus.
Quem segue indiviso ao mandamento de Jesus, quem se sujeita sem resistência ao jugo de Jesus, a este se lhe torna leve o fardo que tem de levar, recebendo, na suave pressão desse jugo, a força necessária para percorrer o caminho certo sem cansaço.
O mandamento de Jesus é duro, desumanamente duro para aquele que se lhe opõe. O mandamento de Jesus é suave e fácil para aquele que voluntariamente se lhe sujeita.
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