Do sentimento trágico da vida é uma sinuosa viagem pelas mais fundamentais angústias do Homem - não o abstrato, o espírito metafísico, mas o Homem de carne e osso, "que nasce, sofre e morre", e tem de lidar com a consciência de seu fim. Abordando de Santo Agostinho a Nietzsche, Unamuno toma liberdades de poeta para elaborar um pensamento sem perfeição lógica ou sistêmica, mas intencionalmente contraditório. São reflexões de um ser dividido entre o que vive - a Fé, a crença na eternidade -, e o que pensa - a Razão, que tudo destrói -, sem que um passe sem o outro: é o "sentimento trágico", grande dilema da humanidade. Assim Unamuno acessa toda a falta de sentido moderna, fatal ao nosso mundo e principalmente à Espanha do começo do século XX - arrasada pelas guerras e golpes que culminariam no fascismo de Franco, e melancólica com a insignificância do seu presente, comparada à glória dos tempos da Monarquia
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