A estreia na literatura do roteirista e dramaturgo Francisco Azevedo tem os mesmos elementos de uma boa trama: qualidade literária e reviravoltas emocionantes. Autor das peças Unha e carne e A casa de Anais Nin, sucessos de público e crítica, ele conseguiu, com O arroz de Palma, o que poucos autores nacionais de ficção podem se orgulhar: um absoluto reconhecimento dos leitores. Um boca a boca iniciado espontaneamente, que resultou em depoimentos emocionados, uma presença fortíssima na web, mais de 15 mil exemplares vendidos. E que culminou na negociação com fortes editoras estrangeiras.
Finalista do prêmio São Paulo de Literatura, em 2013 o livro será publicado na Alemanha, nos Estados Unidos e na Itália, entre outros países. A expectativa em torno de seu segundo romance é, obviamente, enorme. E Azevedo não decepciona. Com a escrita lírica e delicada que o consagrou, consolida seu estilo numa nova história recheada de amores, paixões e ressentimentos. Intimidades descobertas e segredos revelados. Conflitos familiares, rivalidades que passam de uma geração a outra. Separações e reencontros emocionados. A força da amizade, o perdão. Sempre sonho e realidade. Sempre o inesperado.
Em Doce gabito, ele cria uma trama delicada, que envolve e, antes de mais nada, comove. Um romance mágico, mas extremamente enraizado na história recente do Brasil. Aqui, ele conta a fantástica história de Gabriela Garcia Marques, uma mulher imaginativa e sonhadora que luta para não se deixar abater pelas adversidades de seu tortuoso destino: A morte dos pais e do avô Gregório quando ainda era menina. A difícil convivência com sua tia Letícia, dona de um prostíbulo no bairro da Glória. A atribulada adolescência.
A camaradagem com as “meninas” do casarão. A paixão de José Aureliano. A dolorosa perda de Florentino, seu grande amor. A amizade de Verônica. E, é claro, a presença constante de um simpático senhor de fartos bigodes que cedo ela descobre ser o renomado escritor colombiano Gabriel García Márquez, cujo apelido é Gabito. Pura ficção? Não importa. Esta é uma bela e comovente história escrita com o pulsar do coração de uma personagem que, de início, assume “não se livrar do hábito de colecionar felicidade e imaginar utopias que lhe parecem perfeitamente realizáveis.”
Ficção / Literatura Brasileira / Romance