Em Educação para mulheres na América Latinha:um olhar decolonial sobre o pensamento de Nísia Floresta e Soledad Acosta de Samper, Adriane Lima narra a história de duas intelectuais na América Latina do século XIX. Sua proposta nos liberta, de início, da tendência - quase um fardo - de contar a história da mulher sempre a partir de suas faltas, perdas, impossibilidades, fracassos. Não porque Nísia Floresta e Soledad Acosta de Samper não tenham vivido a parcela de sofrimento dos humanos, e, especialmente, das humanas, num mundo concebido pelos homens e para os homens. Contudo, optar por estudar mulheres bem-sucedidas em seu campo de atuação, mesmo sem ainda o idêntico reconhecimento dedicado aos homens, não é abrandar a vigência do patriarcalismo que oprime todas, mas iluminar as "fendas" na modernidade eurocêntrica e fazer ecoar, cada vez mais alto, as vozes silenciadas de outras mulheres e daquelas populações historicamente desumanizadas, os negros e os indígenas.
História / História do Brasil