Este trabalho utiliza a articulação entre a literatura e a psicanálise para fazer uma leitura das imagens e representações da morte presentes nos textos romanescos da segunda fase de Machado de Assis, quais sejam: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. Considera a compreensão da psicanálise de que o ser humano, constituído a partir de uma perda original irrecuperável, é marcado pela hiância inerente a essa constituição. Associa tais representações à insatisfação humana ante a transitoriedade da vida. Tendo isso em vista, procura ressaltar como a escrita machadiana maneja com maestria a linguagem da melancolia e da ironia como via de possibilidade para falar do irremediável mal que avassala o saber humano: a incógnita da morte. Apresenta considerações gerais sobre o tema da morte, da melancolia e da ironia, na perspectiva da psicanálise. Investiga, em breve percurso, o lugar da morte nos principais contextos destacados na história da humanidade. Aborda a relação interdisciplinar entre a literatura e a psicanálise. Procede à análise dos textos acima citados, priorizando o texto de Memórias póstumas de Brás Cubas.
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