Ângela pintara seu próprio rosto refletido em um espelho, a expressão perplexa e assustada de quem está diante de um enigma. Mas... podia olhar-se em mil espelhos que não conseguiria se reconhecer. Não queria se reconhecer.
Preferia voltar a ser a Ângela tímida, que ficava desenhando nos cantos enquanto os outros de divertiam, que ajudava a mãe a terminar as costuras em casa enquanto as colegas iam ao shopping. Como embarcaria num avião e iria sozinha a São Paulo, de lá para Madri e de lá para Barcelona?!
Não. Nunca teria coragem.
Mas Ângela do outro lado do espelho talvez tivesse...
Uma garota solitária. Um namoro interrompido. Um prêmio que resulta numa viagem maravilhosa... E um enigma que envolve um desenho de Picasso, roubado de certa galeria em Barcelona. Qual será o maior enigma: o da garota que não se reconhece o próprio rosto no espelho ou o da quadrilha internacional que trafica objetos de arte?