Imagine ficar sem luz? Imagine viver sem o conforto de um banho quente? Ou sem poder ligar a televisão? Ou ainda sem o sinal instantâneo do aparelho celular e internet? Imagine longas e escuras noites se repetindo dia após dia. A trama de “Enquanto estamos no escuro” acompanha o casal Isabela e Davi, que se esforça para permanecer unido após sete anos de casamento; a jovem estudante Adèle, que tenta se reerguer após a morte inesperada da mãe em um acidente; e o repórter Eduardo, que busca inspiração em uma profissão que já o desiludiu há anos. O destino de cada um muda quando um misterioso ataque atinge o sistema de distribuição de energia elétrica do Brasil, lançando a todos em um cenário transtornado pela escuridão. Embora repleto de crítica social, “Enquanto estamos no escuro” é construído como um suspense policial contemporâneo e garante uma visão panorâmica ao leitor de tudo o que acontece na vida da população de um Brasil distópico e, ao mesmo tempo, próximo da realidade. Sua narrativa dinâmica é envolvente e nos garante pequenas surpresas e reviravoltas a cada capítulo. Difícil não se surpreender ao final, quando a obra faz um link surpreendente entre a trama e o começo da pandemia que abalou o mundo em 2020.
Distopia